segunda-feira, 25 de novembro de 2024

No calendário eu risquei num traço, O fatídico mês de Março. Tu, com palavras bem ensaiadas, Deixaste-me só, com promessas quebradas. Dois m...

Doce Feitiço no Prato – Parte 1

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No calendário eu risquei num traço,
O fatídico mês de Março.
Tu, com palavras bem ensaiadas,
Deixaste-me só, com promessas quebradas.

Dois meses depois, sem pausa nem freio,
No 19 de maio, tu e ela num belo passeio.
Com uma rapariga tão jovem, tão baixinha,
Que de costas – e de frente – parece uma criancinha.

Ah, mas que mistério, que grande azar,
Será que ela te enfeitiçou no jantar?
A vidente jurou, sem hesitar,
Que na tua comida, algo foi parar.

Será que foi amor, ou só um tempero,
Um pózinho estranho ou um elixir sincero?
Enquanto eu me perguntava onde errei,
Tu cego e manso: fazes o que ela quer, bem sei.

Agora és dela, preso no encanto,
Num cenário digno de um melodrama tanto.
Mas cá entre nós, nem é bem de espantar,
Se alguém te ganha, só por te alimentar.

Mas fica tranquilo, vive a tua paixão,
Enquanto eu prospero sem complicação.
Porque enquanto te amarram com poções de cozinha,
Eu voo mais alto, livre como uma andorinha.


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