Em Março acabou.

Em Abril, ele bloqueou.

Mentiu dizendo que não havia nada,

mas a relação deles estava tudo, menos estagnada.

Em Abril fiz anos, fui a Sintra passear.

Fui para lá solteira, vim de lá a namorar.

O Zé Pilintra não quis gastar nem mais um tostão.

Foi morar com ela, mas em casa, não mexe uma mão.

E não venham dizer que foi só um beijo ou dois,

porque em Maio, foi quando pôs a carroça à frente dos bois.

Em Maio, esses dois começaram uma relação

E as piadas que ele faz com ela, não passam de uma imitação.

Foi morar com ela e ainda foi promovida;

e eu só queria matar alguém, com medo de ser despedida.

Em Junho e Julho lá continuaram.

Sempre fechados em casa, e a isso, namoro chamaram.

Em Agosto eu fui aos Açores.

Consegui aí, esquecer alguns dissabores.

Em Setembro e Outubro começaram as aulas.

E eles? Duas criaturas enjauladas.

Novembro e eles fazem seis meses.

O segredo é não dizer um pio, e viver como dois gémeos siameses.

Num piscar de olhos, chega Dezembro e é Natal,

mas nem aí eu tive saudades ou fiquei mais sentimental.

Ano novo vida nova, em Janeiro.

Dei graças a Deus por ter saído de um namoro… Tão rotineiro.

Em Fevereiro, Março e Abril estudei

Sem acreditar que fosse possível, mais um pouco eu avancei.

Maio, Junho e Julho, estagiei.

E estive tão ocupada que quando fizeram um ano, eu nem notei.

Em Agosto fui de férias e vocês também.

Eu vi a minha família, e ela não viu ninguém.

Gabaste-te que ias uma semana a tua casa, e uma à dela.

Mas eu estive no restaurante, e nem sinal dessa cadela.

Tu estavas na tua terra, nesse dia, relembro,

Quando vocês fizeram um ano e 4 meses, este Setembro.

E o homem em vez de ir jantar com ela ao restaurante,

Deixou-a sozinha, nesse namoro frustrante.

E para acabar com as contradições

Vou agora pedir algumas explicações

Porque olhas para mim, quando viro costas no trabalho?

Porque olhas e eu reparo, quando gritas ao mundo que eu nada valho?

Quando foges de uma sala para a outra tens medo de eu te morder;

ou é porque achas que algum de nós vai ceder?

Escusas de olhar para a minha bunda a cada oportunidade,

A minha relação contigo, é exclusivamente de cordialidade.

Se ela sabe, vai-lhe dar outro fanico.

E eu não quero lidar com outro ataque de pânico.

E sim, posso afirmar que vivo a minha melhor fase,

Grata por não viver um amor… em modo estase.

E eu? Altos e baixos, alguém com maturidade.

Um ano e 5 meses, sempre com cumplicidade.

Ela...

Ela trai o namorado. Mas todos batem palmas.

Ela usa o Tinder, o Instagram, o Facebook (...) para falar com outros rapazes, inclusive amigos meus que me mostram as conversas.

Ela fica a combinar encontros com A e com B, mesmo tendo um namorado que se mata a trabalhar.

Ela fica numa de festejar anos e meses de namoro, mesmo tendo andado agarrada a outro.

Ela não atendeu a chamada do namorado, mas atende as chamadas dos amigos dele.

Ela passa a vida a mentir-lhe.

Mas todos estão do lado dela.

Até parece que ela é que é a certa.

Ela passa a mensagem de mulher certinha, porque a cada mês ela publica um testamento de como o ama, nas redes sociais.

Ela passa a mensagem de namorada perfeita, porque tira fotos com ele.

Ela dá a entender para os amigos que gosta do namorado, porque vai ter com ele para beber copos.

Talvez ela esteja certa... Se o objectivo do namoro dela for só servir como fachada.

Agora, aconselha-o a mexer no telemóvel dela sem que ela o saiba. Garanto-te que ele vai perceber que tudo o que aquele "amor" lhe proporciona é um bonito enfeite para pendurar as luzes de Natal.

Amar alguém não se mede pelo número de fotos do casalzinho nas redes sociais. Não passa por ir beber ao café, quando se sabe que o namorado banca tudo. Não passa por estar junto, só para dizer que se está com alguém.

Amar alguém, não é andar agarrada a uns e, quando a verdade vem ao cimo, passar a dizer que é mentira. Amar alguém é ter respeito por ela.

Rapariga, não amas? Assume.

Mas não me faças passar por mentirosa.

Deixa o Mundo saber a vadia que és.

Todos temos telhados de vidro. Mas ao menos, eu fui verdadeira quando errei. Diz-se tão corajosa, mas não consegue assumir os seus erros perante a pessoa que ama? Isso não é coragem. É covardia.

Ela trai o namorado. Mas todos lhe batem palmas.

Ela trai o namorado. Sim, todos lhe batem palmas. Até eu...

... Pela excelente atriz que ela é.