quinta-feira, 28 de novembro de 2024

E assim, o tempo voou, Dois anos e seis meses... Ainda não terminou? Tu e a tua pequena, amarrados estão, Presos num laço... Ou será numa po...



E assim, o tempo voou,
Dois anos e seis meses... Ainda não terminou?
Tu e a tua pequena, amarrados estão,
Presos num laço... Ou será numa poção?


Enquanto eu sigo, rindo do passado,
Tu permaneces nesse feitiço, amarrado.
Dois anos e meio de um conto encantado,
Será amor, ou é a comida que te tem agarrado?


Imagino as datas, as festas que celebram,
Onde nem um nem outro se completam.
Tu cantas "parabéns", ela bate palmas no ar,
E quem diria que um tempero, te fez ficar?


Mas cá entre nós, já nada vindo de ti me espanta,
E eu agora brilho tanto, que até a minha alma canta.
Porque enquanto tu vais em círculos no teu feitiço,
Eu danço livre, com o meu próprio compromisso.


Então, brinda a ela e ao seu caldeirão,
Que eu aqui brindo à minha evolução.
Doce é a vingança de quem segue adiante,
Enquanto tu cozinhas num "amor" estonteante.



segunda-feira, 25 de novembro de 2024

No calendário eu risquei num traço, O fatídico mês de Março. Tu, com palavras bem ensaiadas, Deixaste-me só, com promessas quebradas. Dois m...


No calendário eu risquei num traço,
O fatídico mês de Março.
Tu, com palavras bem ensaiadas,
Deixaste-me só, com promessas quebradas.

Dois meses depois, sem pausa nem freio,
No 19 de maio, tu e ela num belo passeio.
Com uma rapariga tão jovem, tão baixinha,
Que de costas – e de frente – parece uma criancinha.

Ah, mas que mistério, que grande azar,
Será que ela te enfeitiçou no jantar?
A vidente jurou, sem hesitar,
Que na tua comida, algo foi parar.

Será que foi amor, ou só um tempero,
Um pózinho estranho ou um elixir sincero?
Enquanto eu me perguntava onde errei,
Tu cego e manso: fazes o que ela quer, bem sei.

Agora és dela, preso no encanto,
Num cenário digno de um melodrama tanto.
Mas cá entre nós, nem é bem de espantar,
Se alguém te ganha, só por te alimentar.

Mas fica tranquilo, vive a tua paixão,
Enquanto eu prospero sem complicação.
Porque enquanto te amarram com poções de cozinha,
Eu voo mais alto, livre como uma andorinha.


sexta-feira, 15 de novembro de 2024

No entrelaçar dos destinos, uma trama se fez, Amigos de longa data, Mas a vida, em seus caprichos, traçou sua vez, E o amor virou sombra, en...


No entrelaçar dos destinos, uma trama se fez,
Amigos de longa data,
Mas a vida, em seus caprichos, traçou sua vez,
E o amor virou sombra, enquanto a dor desata.

Eu, com brilho nos olhos, sonhava de verdade,
Com o outro que prometeu um mundo de calor.
Mas o amor se perdeu na cruel realidade,
Quando a traição ecoou como um triste rumor.

A outra, a amiga, trouxe a tempestade,
Um segredo guardado, um laço quebrado,
E eu, desolada, enfrentando a saudade,
Enquanto uma longa história se tornava passado.

Mas, no inesperado, o coração se renova,
O meu anjo, ao lado, trouxe a luz à escuridão,
Com carinho e cuidado, a dor ele aprova,
E juntos se constrói um novo amanhecer, uma nova canção.

Assim, entre risos e lágrimas, a vida se reinventa,
Na dança das almas, um amor merecido,
Nós os dois, juntos, na esperança que alenta,
E o outro, na lembrança, se perde e é esquecido.

Os laços se entrelaçam, com fervor e paixão,
Amizades, amores, na teia do destino,
E mesmo em meio ao caos, há sempre uma lição,
Que o amor verdadeiro é um farol divino.

domingo, 10 de novembro de 2024

Depois de arderem nas labaredas de uma paixão avassaladora que lhes consumiu primeiro a carne, depois o amor e mais tarde os sonhos até à ex...


Depois de arderem nas labaredas de uma paixão avassaladora que lhes consumiu primeiro a carne, depois o amor e mais tarde os sonhos até à exaustão, seguiu-se uma fase estranha e conturbada, alimentada por dúvidas, o que os fez decidir que o melhor para as suas vidas era separarem-se. Ela seguiu a estrada à esquerda com os olhos postos na linha do horizonte, ele optou pelo caminho da direita e não olhou para trás. Esqueceram-se de um pormenor importantíssimo: é que o mundo é redondo e no fim dos seus trilhos, cruzaram-se novamente.

Pelo meio, alguns anos a separá-los, cada um deles conheceu novas pessoas, voltaram a apaixonar-se, a jurar que era para sempre, mas no véu do tempo a perenidade do romance esfumava-se.

Encontraram-se novamente quando se desencontraram da vida, quando tudo à volta deles parecia ruir. Ela saiu disparada do trabalho não aguentando mais a pressão, não suportando mais o chefe, não tolerando mais a incompetência daqueles com quem trabalhava. Ele saiu porta fora de mais uma relação vazia, farto de ciúmes, de birras e de lágrimas sem sentido. Cansada, encaminhou-se para a ponte, gostava de ver os barcos a passar, imaginar a felicidade daqueles que chegavam e as inseguranças daqueles que partiam. Ele, gostava de ver as luzes projetadas no rio e ver os seios saltitantes das meninas que corriam por ali.

Sem que nada os tivesse preparado…os seus olhos tropeçaram um no outro, já a ponte estava a meio, quando lhes era impossível dar um passo atrás para fugir ao destino. Nesse instante, a magia aconteceu: as gaivotas calaram o seu canto, os barcos silenciaram o seu apito, os carros desligaram os motores, as meninas que corriam ficaram imóveis, a água do rio pacificou o seu curso. Só a melodia dos corações assustados os envolveu, só o eco dos tempos em que foram felizes se fez ouvir, só o amor que um dia sentiram gritou mais alto que tudo na vida naquele momento.

Aproximaram-se lentamente… ficaram a ler nos olhos um do outro, toda a felicidade sentida naquele momento, o brilho há tanto tempo perdido começava agora a despontar. Ele, para ter a certeza que não estava a sonhar, passou as mãos pelo seu cabelo negro tomando-lhe o acetinado dos caracóis. Ela fechou os olhos para se equilibrar e não desfalecer naquele afago. Sentindo-a trémula, abraçou-a tremendo também. Naquele instante perceberam o motivo de todas as relações falhadas, todos os sonhos desiludidos, toda a procura que os trouxera até aquela ponte. O motivo era simples: quando duas almas estão destinadas a ficarem juntas, o tempo encarrega-se de as unir no momento certo.

À menina dos olhos de alguém, Eu dou os meus parabéns: Não só pelo feitiço que perdura, Mas também pelos dois anos juntos, que bravura. Mas,...


À menina dos olhos de alguém,
Eu dou os meus parabéns:
Não só pelo feitiço que perdura,
Mas também pelos dois anos juntos, que bravura.

Mas, na verdade, eu não lamento,
Até lhe agradeço o favor.
Enquanto a tua vida é um tormento,
Eu vou vivendo em paz e com amor.

Um semestre que termina
Com sucesso e dedicação
Já a tua vida é só neblina
Sem rumo, sem direção.

Quase te dava um abraço apertado,
Pelo favor que me fizeste, enfim;
Sigo feliz, por me livrar de um frustrado
E agradeço por levares quem não era pra mim.

Sou grata, do fundo do coração
Eu, e toda a minha familia.
Vivia sem objetivos, sem ambição,
Num laço amargo, por pura teimosia.

A ti e à menina dos teus olhos
Desejo muita força no futuro.
Que sigam firmes em cada passo,
Mesmo que o caminho seja obscuro.

Eis a história de um homem astuto, Com jeitinho e charme, parecia um tributo, Dizia ser sóbrio, poupado, exemplar, Enquanto o bolso dos outr...



Eis a história de um homem astuto,
Com jeitinho e charme, parecia um tributo,
Dizia ser sóbrio, poupado, exemplar,
Enquanto o bolso dos outros ele ia explorar.

Durante dez anos, rente a mim morou,
Mas as contas da casa, quase nunca pagou.
Com carros brilhantes, gadgets na mão,
Quem diria que era só ilusão?

Comprava luxos, mostrava elegância,
Roupas de marca, e uma falsa abastança.
E ao ver-me, falava com desdém calculado,
Que o meu gasto, era desenfreado.

Afinal, era eu que não sabia gerir?
E ele, tão sábio, até ao pai foi mentir.
Mas eis que um dia a verdade emergiu,
E o tal amigo com a dívida surgiu.

Treze mil, assim, como quem dá um troco,
Para um homem de charme, de ego tão louco.
Enquanto falava que eu era perdida,
Quem devia era ele, por toda a vida.

Que reviravolta, que bela ironia,
Ver o prudente em verdadeira hipocrisia
Sustentado às sombras, em falas banais,
Mas o “exemplo” era ele… não gastes demais!

Agora, liberto-me dessa piada,
Que o meu ex hoje vive da própria fachada.
E a quem confiou, o que fica é a lição:
A máscara cai, mas o “poupado” não!

sábado, 9 de novembro de 2024

Às vezes, volto no tempo,   leio o que fomos, o que dissemos,   o riso fácil, o som da tua voz,   e o que era nosso, ali, no pequeno univers...


Às vezes, volto no tempo,  
leio o que fomos, o que dissemos,  
o riso fácil, o som da tua voz,  
e o que era nosso, ali, no pequeno universo.

Memórias do que já não cabe,  
das conversas, dos teus olhos a brilhar,  
do amor que rasgava o peito  
e, no fim, se desfez em silêncio e ar.

Não falo de mágoas, muito menos de culpa,  
já não há pedra no caminho, nem rancor,  
só um ciclo que fechou a seu tempo,  
e da porta aberta, renasceu quem sou.

Cada passo que sigo, agora sozinha,  
é um passo de volta a mim,  
sou grata ao amor que me deu asas  
e ao voo que me fez mais forte, enfim.

Que a vida gire e nos leve,  
pois crescemos cada qual em seu lugar,  
eu com meus sonhos e força renovada,  
tu, que encontres o que em mim não conseguiste achar.

E, quem sabe, um dia, numa outra estação,  
sob o céu de uma nova era,  
falaremos do quanto crescemos  
com o fim que, sem querer, me era primavera.

quarta-feira, 6 de novembro de 2024

Hoje, ela é a menina dos teus olhos, E eu, a sombra que ficou para trás, Nos dez anos que fomos nós Nunca ouvi de ti esse tanto, esse brilha...


Hoje, ela é a menina dos teus olhos,
E eu, a sombra que ficou para trás,
Nos dez anos que fomos nós
Nunca ouvi de ti esse tanto, esse brilhar voraz.

Chamas-lhe doce e fazes-te poeta,
Pintas-lhe versos onde eu fui prosa,
E eu aqui, entre livros e metas,
Vou erguendo sonhos sem nome de rosa.

Enquanto te embalas numa nova canção,
Eu vou fechando capítulos de vida.
Quase no fim de um rumo que traço,
Enquanto o teu caminho ainda se perde na ida.

Talvez sejas mesmo um homem de fases,
Um poeta que ama sem se repetir,
Mas que quando a página se vira,
Só vê a cor nova, e a velha a sumir.

E assim, vou sorrindo do outro lado,
Sabendo que o tempo tem a sua ironia:
Ela é a menina dos teus olhos hoje,
E eu, a mulher dos meus próprios, um dia.